segunda-feira, 19 de maio de 2008

Alhambra!

Este post devia ter entrado no dia 18, mas a disponibilidade de acesso tem sido menor do que eu imaginava. Pelo menos descobri que os saguões de hotel muitas vezes oferecem wi-fi gratuito! Então, fico aqui... online no saguão.

Nos dois últimos dias fizemos uma pausa nas viagens e ficamos na cidade de Granada. Do check-in no hotel fomos direto para Alhambra, a grande cidadela murada construída no período muçulmano, lá pelos idos do século XII. Fomos direto para a visita pois havíamos agendado um passeio guiado, que traz suas vantagens (ouvimos a história do lugar com um bom guia), mas que no geral envolve uma correria por dentro da enorme visita, que poderia ser mais lenta. Alhambra é tão assombrosa quanto foi a invasão moura: 7 anos para tomar quase toda a península ibérica, 800 anos para os cristãos os tirarem daqui. O lugar é uma enorme cidadela murada, com palácios, mesquita, jardins, fontes, tudo para criar um paraíso que representasse a força dos novos ocupantes. Tanta ostentação claramente trouxe a ira dos cristãos que, em 1492, ao retomarem a última região ocupada, fizeram questão de levantar edifícios ocidentais sobre as obras mouras.


O Palácio de Carlos V nem foi finalizado. Faltou dinheiro na hora de suplantar a arquitetura moura.

Mas a beleza de Alhambra ainda está lá, em salas e pátios. Apenas como nota cultural (afinal, tava faltando cultura inútil por aqui): a arquitetura moura gira sempre em torno de um pátio aberto, onde a água sempre ocupa um lugar central ou de destaque. Ao redor do pátio ficam as entradas para diversos salões, sendo que aqueles nas faces norte e sul do pátio sempre são os mais importantes e mais ricamente decorados. Jardins são freqüentes e as paredes revestidas em relevos muito detalhados em estuque (pó de mármore, pó de alabastro, gesso e clara de ovo), muito coloridos. Infelizmente o tempo e o Sol lavaram as cores, mas o resultado ainda impressiona.



Bati meu recorde de fotos tiradas no palácio. Bobagem tentar colocá-las aqui. Mais uma só para ilustrar.



Fora dos muros de Alhambra fica o Generalife, o jardim de verão do califa (numa cidade que faz 45º C no calor, você corre pra onde pode). Mais alto que a cidadela, o lugar todo é estruturado para receber o máximo de vento e água (engenharia avançada? acho que sim, para uma obra com quase mil anos). Falando em água, tanto o Generalife quanto Alhambra têm fontes e canais para todos os lados, que funcionam só com gravidade... sem comentários.



Depois de quase 3 horas de visita, descemos para a cidade mesmo de Granada, onde descobrimos que não podíamos mais almoçar, pois passava das 4 horas. Sem querer discutir a validade de convenções temporais arbitrárias frente a necessidades biológicas reais, ficamos de bobeira e tomando uma cerveja pelo resto do dia.

O dia seguinte serviu para conhecermos o resto de Granada. A cidade tem uma Universidade importante, com uma porrada de estudantes morando aqui. Como era domingo de manhã, aqueles que estavam acordados estavam na maioria tomando sol nos gramados dos jardins da cidade, por onde passamos enquanto matávamos o tempo. A catedral da cidade também foi uma visita interessante, provando mais uma vez que nossa idéia de ouro em igrejas não chega nem aos pés do que os espanhóis fizeram. Entendi aonde todo aquele ouro foi parar...
Para não contrariar o clima de domingo, matamos o tempo perambulando e vendo a cidade, fechando com um bom jantar. Amanhã voltamos pra estrada.