domingo, 1 de junho de 2008

Popa, proa, bombordo ou estibordo? Hora de embarcar!

Não, eu não fui seqüestrado por modelos nas ilhas gregas (infelizmente!). Como eu já esperava, não havia conexão de internet disponível a bordo, então todos os acontecimentos tiveram que ficar empilhados em um único post final, que eu coloco no ar em Lisboa (o texto já estava sentado no meu computador desde Atenas). Para não ficar grande demais e um pouco monótono, resolvi fazer um resumo do cruzeiro, falando um pouco do navio e de cada parada.

Quando embarcamos em Istambul, nossas primeiras impressões não foram as mais favoráveis. Afinal, saíamos de um quarto luxuoso e nos deparamos com uma cabine um pouco... limitada.



Em meio a outros 600 passageiros, acabamos por nos acostumar com nosso pequeno esconderijo a bordo e não foi muito difícil entrarmos no clima de uma viagem de barco. Afinal, viajando em uma jamanta como aquela em um mar calmo como o Mediterrâneo, o navio não oscilava. Isso, ajudado por uma numerosa tripulação que estava sempre por perto para nos atender, transformou as viagens entre cada destino em períodos tranqüilos na beira da piscina. Infelizmente a idade média dos outros passageiros era bastante avançada, mas para relaxar bastava o sol e a vista do mar. Só era preciso tomar cuidado com as contas, já que as bebidas a bordo carregavam alguns cifrões em excesso. Falando em cifrões, descobrimos uma lição valiosa sobre cruzeiros. Nunca pense que, só porque o passeio já está pago, seus gastos serão reduzidos durante a viagem. Em cada porto o navio oferecia passeios opcionais (com preços elevados). Ignorar esses passeios às vezes podia te deixar sem nada pra fazer em uma cidade portuária qualquer. O melhor mesmo é estudar de antemão as paradas do roteiro e se preparar para aceitar (ou não) os extras oferecidos.

A primeira parada foi na ilha de Myconos. Famosa por suas praias e ponto de encontro dos ricos em viagem pelas ilhas, o lugar era uma espécie de Búzios, mas com a arquitetura típica de casas brancas e azuis e ruazinhas estreitas que tanto vimos no passeio. As praias mais bonitas ficam afastadas da cidade e se precisa pegar um táxi ou alugar algum transporte para chegar nelas. E se você não tomar cuidado, pode ir parar em alguns redutos nudistas.



No segundo dia o navio passou por dois portos. Pela manhã chegamos à Patmos, que poderia ser resumida como uma cidade do interior às 8 da manhã. Nosso barco praticamente dobrou a população da ilha, que não ficou muito abalada com nossa chegada e continuou levando suas crianças para a escola e tomando café na padaria. O lugar era simpático como uma cidadezinha de mil habitantes em um dia de semana. E tão tedioso quanto. Obviamente uma parada para vender o opcional do dia: um passeio pelo Mosteiro de São João, onde o apóstolo escreveu o Apocalipse. Sentamos na praça e vimos o tempo passar. Este (o tempo) passou devagarinho e acenou. Disse que a manhã ia ser longa.

Depois do almoço entramos novamente em território turco, chegando à Kusadasi. Dessa vez o opcional incluía uma visita a um lugar onde Nossa Senhora teria morado, o que me desanimou e a meu pai, então apenas minha mãe entrou no passeio. Enquanto nós ficávamos à toa (de novo!), ela descobria o verdadeiro objetivo do passeio: visitar Éfesso. As ruínas da importante cidade grega eram o verdadeiro motivo da parada e ela aproveitou bastante a visita. Enquanto isso, em outro canto da ilha, caminhávamos por mais um Bazar, nos esquivando dos incontáveis vendedores turcos.

Ródes tomou quase todo o terceiro dia do cruzeiro e dessa vez quem desistiu de sair em excursão foi minha mãe, cansada da caminhada do dia anterior. Viajando pela bela ilha com a ajuda de uma guia que não parava de falar, fomos à Acrópole de Lindos, cidade no extremo da ilha. Escalamos até a Acrópole e vimos um antigo templo, retornando rapidamente ao ônibus para conhecer a capital que leva o mesmo nome da ilha. A cidade antiga de Ródes é fantástica. Suas ruas conservam o estilo das cidades medievais, com ruas de pedras, fortificações e muralhas. A cidade foi sede da Ordem dos Hospitalares, que teve papel importante durante as Cruzadas. Andar por aquelas ruas antigas, entre fossos, muralhas e pedras de catapultas abandonadas foi muito, mas muito divertido.



O quarto dia de navegação nos levou novamente a dois portos: Aegios Nicola (São Nicolau), na ilha de Creta, e Santorini. A parada na ilha de Creta nos deixou com raiva, pois a parada oficial seria na cidade Heráklio. Como para os organizadores só interessava aqueles que fariam o passeio ao Palácio de Knossos, não pensaram duas vezes em aportar nessa cidade sem interesse na ponta da famosa ilha grega. Demos uma volta e esperamos o barco partir. Santorini, por outro lado, compensou as paradas desnecessárias. Não tenho palavras para descrever essa ilha vulcânica, com sua cidadezinha de casas brancas sentada no topo de um enorme paredão negro. Para descermos na ilha, os (vários) cruzeiros precisavam desembarcar por lancha seus passageiros, que então chegavam ao pé do paredão e pegavam um bondinho (quem quisesse podia também subir de burro ou a pé, se tivesse fôlego).



Faltou tempo na ilha. Aliás, acho que tempo suficiente envolveria roubar um banco e mudar para lá. Com a câmera cheia de fotos quase iguais, já que nenhuma parecia fazer justiça à beleza do lugar, sentamos para tomar alguma coisa e apreciar a vista. Em poucas horas retornávamos ao barco, tristes por não poder ficar ali mais um pouco. Mais uma foto, só para ilustrar, mas essa ilha merecia um álbum inteiro.



Depois de mais uma noite a bordo e um bom jantar, nos preparamos para desembarcar em Pireus, porto de onde partiríamos para Atenas. Aliás, os jantares e almoços no navio eram excelentes, com várias opções e boa comida. As mesas, reservadas para cada cabine, tinham garçons individuais, que faziam de tudo para nos agradar. Tudo incluído menos as bebidas, que novamente vinham com alguns cifrões a mais. Depois de acordar cedo para o desembarque, encerramos nosso cruzeiro e chegamos em Atenas. Mas aqui é assunto para outro dia, outro post.

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